terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

TÉCNICA DO PAPER CLAY





                                      
 
                               PAPER CLAY  

     A mistura de papel com argila (Paper Clay) apresenta características próprias.
     As peças depois de queimadas ficam mais leves pois a celulose, usada na composição da massa, incinera-se durante a queima.
     Outra característica significativa é sua resistência a grandes tensões, face à sua plasticidade, obedecidas certas especificações quanto ao percentual de papel na massa.
Esta particularidade permite modelar formas ousadas, necessárias, muitas vezes, quando da confecção de esculturas.
      Pode-se usar muitos tipos de papéis: papel toalha, higiênico, de embrulho, de algodão, de formulário de computador, papelão da embalagem de caixa de ovos e outros. O papel de capa de revista não é recomendado
pois geralmente contem colas e resinas. Quando se usa papel de jornal deve-se verificar se a tinta de impressão contém chumbo material bastante tóxico. Se sim não usar.
  

                                                  
Preparo da polpa de papel

Coloca-se o papel, já picado, num recipiente com água quente, deixando de molho por 24 horas.
 

 
O passo seguinte é  bater no liquidificador até formar
uma massa bem homogênea.
Pode-se substituir o liquidificador por um misturador acoplado a uma
furadeira, como na foto. 
 
  
 
Em seguida coloque o papel, já batido, num escorredor ou peneira, para retirar o excesso de água.
Muito recomendado, para fazer este e os demais procedimentos de manuseio, é proteger as mãos com luvas
evitando o contato da pele com a química dos papéis.
 

 
Mistura do papel com a argila
       Misture o papel com a argila na proporção de até 50% de barro e 50% de papel. Normalmente esta proporção é feita com 20 ou 30% de papel.
       Note-se que pode-se fazer  a mistura considerando o peso ou o volume.Fazendo experiências você achará uma relação ideal para as suas necessidades.
        Se usar argila em pó (seca), deixe o papel secar completamente para que a proporção da mistura fique correta.
       Se usar argila líquida deve-se retirar o excesso de água contida no papel deixando-o úmido.
       Bata o
Paper Clay da mesma maneira acima referida (usando liquidificador ou misturador), acrescentando água
se necessário. Se desejar pode-se misturar manualmente. Neste caso o resultado final apresentará uma acentuada textura na superfície das peças.
 

 
Dando continuidade coloque a mistura, papel/argila, para secar até que
fique com a consistência adequada para a modelagem do que se quer fazer.
O uso de uma placa de gesso acelera o processo de secagem.
 
     
         Uma das vantagens do Paper Clay é que ainda no ponto de couro  você pode molhar a peça e continuar a trabalhar com facilidade. Nesta fase pode-se acrescentar novas partes ao que se está confeccionando, pois a junção de ambas ocorre sem dificuldade com a ajuda de uma barbotina.
      Na confecção de peças próprias para líquidos: copos, xícaras, vasos etc a mistura deve ser em torno de 80% de argila e 20% de papel. Com esta proporção normalmente não ocorrem vazamentos por ficar a parede da peça pouco porosa
aerada. Note-se que outras  proporções de argila e do papel podem ser experimentadas. Observamos que o esmalte também tem influência no resultado final. Ou seja faça testes. 
 


Cynthia Gavião, ceramista com ateliê em São Paulo-SP, modela peças de Paper Clay
no torno de oleiro e em placas. 
A artista ministra Workshops, regularmente,
em vários locais do Brasil.

Veja abaixo alguns de seus trabalhos e visite seu site:  http://www.cynthiagaviao.com.br

 
 
Uso no torno de oleiro
         Pode-se usar Paper Clay na modelagem de peças usando torno de oleiro. Mas para isto a proporção da mistura deve conter em torno de 20% de papel. Usando-se uma maior porcentagem de papel o trabalho de levantar a peça se torna desconfortável para as mãos, face à consistência da massa. No entanto, se a polpa usada tiver sido muito bem misturada e a argila for bem plástica, o Paper Clay vai ficar semelhante a uma argila/massa comum. Mas faça testes, muitos testes. 
                                                                               Precaução na queima
        O Paper Clay pode ser queimado em forno elétrico ou a gás (inclusive no de Raku). Importante observar que o forno deve estar situado em local bem ventilado e com os escapes abertos para facilitar a saída da fumaça até que todo o papel usado na mistura queime por completo, geralmente ao atingir 500°C, após duas ou três horas do início da queima.

                                                       
                      Mistura
      A mistura 
Paper Clay  dá bolor (mofo tóxico) e cheira mal após algum tempo, quando ainda crua, sem queimar. O ideal é preparar a quantidade necessária não deixando sobras. Se não for possível guarde o que sobrar na geladeira. Assim procedendo o material resistirá bastante tempo.

                                                                      Esmaltação

     
A esmaltação, após a queima de biscoito, das peças confeccionadas com Paper Clay, ocorre da mesma maneira das feitas só com argila.
 

                                                                                             Fibra Cerâmica
   Outro modo de preparo do Paper Clay é usando fibra cerâmica misturada
com um pouco de papel.
   Este processo permite  confeccionar peças com espessuras muito finas e paredes translúcidas.

   Neste caso a mesma observação: faça testes. 
   Muito importante: o manuseio da fibra cerâmica  deve ser feito com o máximo cuidado não deixe de usar máscara e luva.
Trabalho de Cynthia Gavião.


    Pesquisa e texto: Renato Wandeck
Fotos: Cynthia Gavião e Renato Wandeck

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